8.
Foi na pele de um poema a tiritar de frio
que encontrei de perfil teu corpo de navio
Tinha para aquecer-te um luar de teatro
projectado a fingir na sombra do meu quarto
Tinha para banhar-te um rio de água doce
e toda a minha arte de amar como se fosse
Aquele que viajou à proa da vertigem
não quer luas de cal nem lampejos que fingem
Quem foi dono do mar não vai beber ao rio.
Ficaste no poema a tiritar de frio.
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