Como as plantas melindrosas
A amizade quer cultura:
Se não, faz-se como as rosas,
Quando perdem a frescura.
Nasce e cresce lentamente;
Devagar, deita raízes;
Mas, depois de bem frondente,
Como abriga os infelizes!...
Quanto mais velha mais bela,
Se foi sempre sem mudança;
E livrar que, à sombra dela,
Possa haver desconfiança.
A suspeita_ mal terrível!
Quando a vê, lhe abre o jazigo.
E nada mais detestável
Que o sorrir de um falso amigo.
Corações bem cristalinos
É onde ela robustece,
Onde dá frutos divinos,
Onde a flor jamais perece.
E criada em peito amante,
Mais que amor deve ser cara,
Pois se é raro o amor constante
A amizade ainda é mais rara.
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