Abriu-se a porta
sobre o ovo doce da infância
e o mundo desabou.
Uma grande tempestade
de vidros e vozes aguçadas
retalhou o ar sereno
de um mês nocturno
que não sei localizar com toda a exatidão.
Dançaram no ar navalhas.
Rasgaram-se bocas.
Derramaram-se vasos
de uma essência pestilenta.
Garras de sauros rasgaram
toda a doçura da noite.
Foi aí aí aí
no centro gelado da mais profunda aflição
que um dia comecei a lembrar-me
de mim
quando uma porta se abriu
e o mundo se estilhaçou.
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