Se penso distanciar-me,
já te cerco.
Se quero silenciar, digo o que sinto,
as palavras em golfadas consentidas.
Se o meu senso me dita dar-te espaço,
já o meu medo e anseio te sufocam.
Se o pudor me manda preservar-me,
logo a aflição me leva a procurar-te.
Desorientas-me,desorganizas-me, desconcertas-me
e conduzes-me
da alegria ingente à tristeza mais funda.
Meu doce amor, sonho impossível,
razão do meu viver desenganado
de mulher, só e carente,
partindo à míngua de afagos.
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