quarta-feira, 24 de setembro de 2008

DESPEDIDA

Acabou-se? Como assim?...
Tenho narcisos à porta
e a dois passos
Na rua da minha escola
Florescem jacarandás

Fechou-se o círculo em si mesmo
dorido e doce
Com a mesma ternura do princípio
Aceitando já tudo o que veio
e o que há-de vir
sem sobressaltos
Rasgando-me em cada lembrança
(espinho ou dádiva?)

_de onde vem este silêncio
subitamente aberto nas arcadas?

Sei que me dei
Foi muitas vezes difícil o percurso:
As forças traíram-me e a dor fechou-me
ardilosa e crua
Levo comigo sorrisos
Deixo de mim amor amor a rodos
e rosas brancas nos sonhos do porvir
Dobra-se-me a alma
em melancolia
Sangrando de saudade viva
Aqui... Sempre...
perto dos meninos que amei
amo e jamais olvidarei.

ESCOLA NOVA--o início

No desespero apático
De mágoas recalcadas,
Na bruma densa isoladora de almas
Ouve-se um sussurro chamando por "alguém"
"Alguém" que não ouve
Não quer
Não responde(!)
Porque...é "ninguém"...


...E as preces dançam de roda...


Agitam-se ardentes trémulas chamas curiosas
Procurando o contacto das minhas mãos vazias...
...E arrancando delas pedaços de estrelas
Com eles rasgando as trevas...


...E as preces dançam de roda
Cercam-me
Perscrutam-me
Penetram-me


Rostos suplicantes de candura
Querendo acalmar no meu olhar distante
A sua fome de ternura... e saciar nos meus beijos
Ânsias amargas de afectos...


Do Nada estéril
Ergui a minha prece...
Sufoquei a minha sede de ventura
Renunciando à dor
No parto doloroso dos meus sonhos vãos.


Envolvi nos meus longos braços dúcteis
Estuantes de Amor
Os meus filhos... que não me chamam "Mãe"...
Subi com eles a escada íngreme da perfeição
Voaram com as aves...
Eu fiquei... agrilhoada à minha informidade...


(Como ensinar as crianças
A serem felizes...?!!!