sábado, 24 de outubro de 2009

LE VIEUX CAUCHEMAR------------Olavo d'Eça Leal

Je me sens si las, parfois
si achevé,
Par ma faiblesse infantine,
Que j'aurais voulu mourir,
comme ça, sur les genoux de ma mère.


Ma mère me dit souvent,
Quelle voudrait me voir finir,
pour m'entourer de tendresse
jusqu'au dernier moment...


J'entrevois ce jour de malheur,
qui sera un peu déplacé,
dans ma chambre si gaie,
aux rideaux rouges,
si voyants!
Surtout la paleur des bougies
si hautes, allumés au bout,
fera tomber sur moi,
des reflets jaunes et ternes,
de vieux cadavre desséché...


Ce jour lá,tout pleur est inutile,
car on doit être content
que ce soi moi, le mort!


Mais, après tout,
ce qui me fait le plus de peine,
ce sont les fleurs artificielles,
qu'on apporte toujours
dans ces jours pénibles...
Elles ont l'air de petites filles malades,
et restent longtemps, oubliées,
dans les coins poussièreux...


Mère: te souviens-tu ce rêve,
qu'on a fait jadis?
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
ce fut un long rêve gris,
qui ressemble, il me semble,
à la danseouaté!...

WORDS; WORDS... -----------------Augusto Gil

Contam que em pequenino costumava,
Ao ver-me num cristal reproduzido,
Beijar a própria boca, em que julgava
Ver a boca d'alguém desconhecido.

Cresci. Amei-a. E tão alheio andava
No sonho por seus olhos promovido,
Que em vez de cartas que Ela me mandava,
Eu lia o que trazia no sentido.

Rodou o tempo. Estou doente e velho...
Agora, se me acerco d'um espelho,
_ Oh! meus cabelos, noto que alvejais...

E as cartas d'Ela, se as releio agora,
Só vejo por aquelas linhas fora
Palavras e palavras. Nada mais!

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

NÃO QUEIRAS A PIEDADE DE NINGUÉM---Fernanda de Castro

Não queiras a piedade de ninguém.
Faz do teu orgulho uma couraça.
A piedade é uma forma de desdém.
Nunca peças esmolas a quem passa.


Mostra, em silêncio, que tens nervo, raça,
e espera. Atrás do tempo, tempo vem.
E se a ventura for rebelde ou escassa,
que seja o orgulho o teu supremo bem.


Ah, que filosofia clara e certa
se porventura é para desejar
ter uma alma forte mas deserta.


Se o mal, porém, é justamente amar?
Vá lá tocar-se numa chaga aberta
sem pelo menos a fazer sangrar!

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

SÚPLICA------------------Pedro Laranjeira

Dá-me um minuto de ti!
Seja o que for que tenhas de fazer
p'ra tal coisa conseguir...,
...FAZ!
Deixa que no 'spaço dum minuto
Fiquemos os dois sós no Mundo
a olhar o nosso olhar!... ...
Não fales... não... não te mexas...
olha... só...

... serei feliz!...

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

"CÂNTICO NEGRO"_______José Régio

Vem por aqui! _ dizem-me alguns
Com olhos doces, estendendo-me os braços
E seguros de que seria bom Que eu os ouvisse
Quando me dizem_ «vem por aqui!»
Eu olho-os com olhos lassos,
Há nos meus olhos ironias e cansaços,
E cruzo os braços,
E nunca vou por aí.

A minha glória é esta: criar desumanidade.
Não acompanhar ninguém.
Que eu vivo com o mesmo sem vontade
Com que rasguei o ventre a minha Mãe.
Se vim ao mundo foi só p'ra desflorar florestas virgens
E desenhar meus próprios pés
Na areia inexplorada.
O mais que faço não vale nada.

Não, não vou por aí!
Só vou por onde me levam
Meus próprios passos.
Se ao que busco saber
Nenhum de vós responde,
Porque me repetis_ Vem por aqui?!
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí.

Corre nas vossas veias
Sangue velho dos avós
E vós amais o que é fácil.
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo a Loucura, as Torrentes, os Desertos.
Como pois sereis vós
Que me dareis machados, ferramentas
E coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?

Ide! Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátrias, tendes tectos
E tendes regras e tratados
E filósofos e sábios.
Eu tenho a minha Loucura!
Levanto-a como um facho
A arder na noite escura
E sinto desespero e sal
E cânticos nos lábios.

Deus e o Diabo é que me guiam.
Mais ninguém.
Todos tiveram pai.
Todos tiveram mãe. Mas eu,
Que nunca principio nem acabo
Sou filho do amor que há
Entre Deus e o Diabo.

Ah! Que ninguém me dê
Piedosas intenções.
Ninguém me peça definições.
Ninguém me diga: vem por aqui!

A minha vida é um vendaval
Que se soltou. É uma onda
Que se alevantou.
É um átomo a mais
Que se animou.
Não sei por onde vou.
Não sei para onde vou.
Sei que não vou por aí!

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

E POR VEZES-------------David Mourão Ferreira

E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos E por vezes

encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes

ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos

E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se evolam tantos anos

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

POESIA-------------------Fernando Pinto do Amaral

Quando já não há nada
absolutamente nada pra dizer
e cada dia te parece apenas
uma longa e inútil sequência
de vinte e quatro horas vazias;

quando uma folha de papel
é um deserto branco já sem rosto,
um firmamento sem constelações,
uma página nua, uma página
muda,
há dois rápidos olhos que te falam
desde sempre da terra prometida.

Consegues fixá-los? Não tens medo?
Vê como arde súbito o seu gelo
no fundo das pupilas
e não hesites_ rouba essa vertigem
à madrugada de Jerusalém
porque às vezes não há outra saída
para algumas palavras que ainda podem
ser um arco uma flecha
perto do alvo que ninguém conhece.

Soneto-----------Maria do Ó Caeiro

Sinto-me triste, abandonada e só.
Minha alma vive como noite escura...
Ninguém de mim tem pena, nem tem dó.
Ninguém sabe de mim, ou me procura.

E quanto durará esta tortura?
Ninguém o sabe, nem eu sei também.
Que me feches os olhos com ternura,
Deus me conceda, ao menos, esse bem.

E vou esperando, sem perder a fé,
Que nesse dia te terei ao pé,
Com alegria, em vez de sofrimento.

Se vejo esse minuto enfim chegado!
...Só p'ra te ter ao pé, meu bem amado,
Rogo a Deus que abrevie esse momento.

NEC TECUM NEC SINE TE------Mário Albuquerque

Nem sem ti, nem contigo. O meu amor
Entre duas angústias se reparte:
Nem sem ti, meu bem, seja onde for,
Nem contigo, meu amor, por toda a parte.

Se me foges, deliro a procurar-te.
E se te alcanço, que infinita dor
Saber que nunca sabes entregar-te
Ao beijo que é em mim prece e fervor...

Nem sem ti, nem contigo. O tempo corre.
Uma hora que nasce, outra que morre.
Tudo é viver. Tudo é morrer em vão.

Amar-nos-emos nós, tristes amantes?
Sim. Nossos corpos dizem como dantes.
Nossas almas hostis dizem que não.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

de REINALDO FERREIRA

Que de nós dois
O mais sensato sou eu,
_É uma forma delicada
De dizeres que sou mais velho.
Ora é verdade
Ser eu quem tem mais idade.
Mas daí a ter juízo
Vai um abismo tão grande
Que é preciso,
Com certeza,
Que o digas com ironia
E nenhuma simpatia
Pelo engano em que vivo.
O engano de ter rugas
E nunca fitar um espelho...
Vê lá tu que eu não sabia
Que sou dos dois o mais velho.

sábado, 10 de outubro de 2009

"Banco de Tempo"

Tarde serena de outono.
Findo o almoço as crianças borboleteavam pelo quintal, entravam e saíam da cozinha num desassossego comedido. Esperavam visitas diferentes.
Em breve chegaram as ajudantes: senhoras amigas da tia Marta que, inscritas como ela no Banco de Tempo, vinham dar uma ajuda na confecção das compotas da época.
Os miúdos espreitavam, contentes e ansiosos, os preparativos culinários. Nem se atreviam a arredar pé da vizinhança do teatro das operações. Não houve brincadeira divertida que os levasse, nem por breves instantes, na procura de folguedos.
Dentro em breve teria lugar um ritual da estação. Perante os seus sentidos despertos iria desencadear-se pura magia.
Eram as conversas das mulheres, noutras alturas sem interesse para eles, mas tornadas aliciantes pela novidade, pela cumplicidade.
Foram as frutas descascadas, os caroços tirados, a alquimia resultante do cozinhar demorado das iguarias em grandes panelas, os odores quentes e doces, quase pungentes, mas deliciosos...
Depois, foi-lhes dado a provar as primeiras colheradas. Devidamente apreciadas. Gulosamente aprovadas.
Os doces a rescenderem em cima do fogão... As grandes colheres de pau, mexendo os preparados espessos e olorosos.O aproveitamento das cascas e caroços em geleias deliciosas e nutritivas...
Seria necessário envolver em mais mistério o dia longo para espicaçar as imaginações infantis?
Depois, a tia Marta ajudada pelas amigas mais corpulentas trouxeram frascos, potes e boiões, tigelas de vários tamanhos, que colocaram em cima da grande mesa coberta de oleado aos quadrados.
Colocadas colheres compridas de metal estrategicamente dentro dos vidros, para não quebrarem com o calor, neles despejaram com cuidado os doces, que tão afanosamente cozinharam. As tigelas ou malgas ficaram para a marmelada.
A luminosidade meiga da tarde a atravessar a quase transparência colorida dos frascos, a beleza translúcida do seu brilho; o som das conversas, o borbulhar das panelas, os risos abafados, o sabor especial e único das grossas fatias de pão mole, cobertas pelos primeiros paladares, doces e mornos... Que encantamento! Que beleza!
Depois, ainda a azáfama do lavar dos utensílios, arrumar a cozinha, do dispor os frascos por espécie e por tamanho nas prateleiras da despensa... E de novo as conversas:
Combinar a próxima ajuda. Conferir disponibilidades.
As despedidas e a oferta de um pote de doce a cada visita. A simpatia. A alegria de terem estado juntas. O prazer do trabalho de equipa, solidário e harmonioso. A festa dos sentidos!
As crianças passaram umas horas mais sossegadas, mas bem felizes. E nem se importaram de não concentrar as atenções dos adultos.
Todos poderão confirmar:
_ Que bela tarde!








Todos sabem, mas por graça: "Compota de Pêssegos"

Ingredientes:
1kg de pêssegos
800g de açúcar
2,5dl de água


Preparação

Descascam-se os pêssegos e cortam-se em cubos pequenos. Leva-sea água ao lume com o açúcar até formar ponto de pérola e adicionam-se os pêssegos, deixando ferver lentamente.
Vai-se retirando a espuma que aparece ao de cima do "caldo".
Quando estiver em ponto de estrada fraco_ ou quando o doce ficar brilhante_ retira-se do fogo e deixa-se arrefecer.
Conserva-se em frascos ou serve-se em tacinhas individuais como sobremesa, é um agradável doce de colher.

OTOÑO RETOÑO


Bom Apetite!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

interrupção 2----------Vítor Oliveira Jorge

de repente o importante era a humidade
que vinha de dentro, subia de ti;
e as lombadas logo pararam todas.

o sentido tinha-se espalhado
pelo meu corpo acima,
e por ele subiam pequenas iguanas
vorazes.

nas estantes as obras
encostavam-se com malícia aos livros,
e pelo ar voavam folhas e frases
à procura de autor e biblioteca.

eu via os abismos do vermelho
em todos os pantómetros,
e foi-me presente
o espectro inteiro do magenta.

oh volúpia imensa com que os rostos
reviravam os olhos, procurando ainda,
mesmo dentro da hélice,
o eixo do sentido.

e no âmago da espiral
eu vi as iguanas subirem
em línguas de fogo
do pentecostes e do apocalipse:

e de súbito, por estranho,
estavam ambos encadernados como códices, lado a lado.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Les Plus Beaux Vers----------Edmond Harancourt

Les plus beaux vers sont ceux qu'on écrira jamais,
Fleurs de rêve dont l'âme a respiré l'arôme,
Lueurs d'un infini,sourires d'un fantôme,
Voix des plaines que l'on entend sur les sommets.


L'intraduisible espace est hanté de poêmes,
mistérieux exil, Eden, jardin sacré
oú le Péché de l'art n'a jamais pénetré,
mais que tu pourras voir quelque jour, si tu m'aimes.


Quelque soir oú l'amour fondra nos deux esprits,
en silence, dans un silence qui se pâme,
viens pencher longuement ton âme sur mon âme
pour y lire les vers que je n'ai pas écrits...

domingo, 4 de outubro de 2009

ATITUDE---------Olímpia Dória

Alegre... Eu sou alegre... Sabem todos?
Um riso em cada olhar... Outro na boca.
Que importa que censurem de mil modos
Minha atitude rutilante e louca?

Minha amargura de áurea luz se touca
Visto-a de rúbias rosas ou jasmins...
Às vezes desnudar a Dor apouca
O senso divinal de nossos fins...

Eu sou alegre... ó virgens, querubins,
Que iniciais com pejo e doce agrura
O beijo que traduz lindos festins:

Gozai tristeza_a graça da ternura...
Porque meus olhos são dois arlequins
Morrendo a rir no palco da tristura.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

de Manuel Gusmão

No crepúsculo da tarde, acende-se no alpendre daquela casa
a presença de uma mulher que espera.
Espera o eco do canto que há pouco entoou ao findar o sol.

As árvores que deitam a colcha das suas copas sobre a colina
em frente formam a câmara de ressonância.
Que foi guardando as estrofes e o seu desenho em ondas.

Fiel e inventivo, o eco esperou que chegasse ao fim
o canto. E só depois de reconstruído, todo e intacto,
o devolveu pelos ares ao encontro da fonte, que esperava

no alpendre daquela casa, que o crepúsculo da tarde acendia.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

"Tarde de Amigas (há algum tempo atrás)_Ovos Estrelados"

_Que maçada! Lá torci o salto na calçada! Depois admiram-se de as senhoras andarem na estrada, no alcatrão, desprezando os passeios e afrontando perigos!
Seria bom se a Helga estivesse despachada e saíssemos logo para o Centro Comercial. Lá encontraremos mais gente do grupo, com certeza. Se bem que já cansem as montras inacessíveis, aborreçam as partidas sem graça, sejam dispensáveis as conversas inconsequentes, e as maldosas também já enjoem.
Ir ao cinema? Não me parece que haja algum filme de jeito... Bem. Vamos ver o que a Helga pensou para entretermos a tarde...
Helga_ Olá, Cristina! Estás bem? Que vamos fazer de divertido hoje?
Cristina_ Viva, Helga! Esperava que tivesses feito o programa da saída... E de preferência bem fixe...
Helga_ P'ra dizer a verdade não me apetece sair; não vejo interesse nos programazinhos habituais. Não sei. Parece que as férias já pesam, não achas?... E se ficássemos aqui por casa?
Cristina_Para quê? Ver televisão? Ouvir música? Net? Cusquices? Mais do mesmo?!...
Helga_ Olha, e se fôssemos cozinhar?
Cristina_Trabalhar?!... Com este calor?!...
Helga_Não te assustes... É capaz de ser engraçado, pela novidade. Vamos procurar uma receita fácil no livro de cozinha da família.
Cristina_ E se sai tudo mal?
Helga_ Descansa, que eu estou acostumada com as medidas, os ingredientes, o fogão e o tempo. Vai correr tudo bem, verás!
Olha, "ovos estrelados". Este é um belo doce. Fácil de fazer, embora um pouco dispendioso... P'a fazer em situações especiais. E aposto que nunca provaste.
Cristina_ Ovos estrelados?! Isso até eu sei fazer! Olha que ciência!... Uma especialidade!... Helga_ Não são desses. Ora presta atenção e vai fazendo como eu digo. Tu é que vais confecionar a iguaria. Eu só oriento, e os louros vão ficar todos para ti. Vá lá então:
1_ Pesam-se, ou medem-se no copo medidor, 500 gramas de açúcar branco.
2_ Põe-se ao lume, com a água suficiente para dissolver bem o açúcar. Enquanto o preparado aquece vamos tratar dos ovos.
3_ Separam-se 7 claras das gemas com cuidado.
Helga, mais uma vez_ Vá, o açúcar já ferve. Batem-se as claras (sete, lembras-te?) com a batedeira elétrica, o batedor de varetas ou de espiral, ou até mesmo um garfo, levantando-as bem, até ficarem em neve, bem firmes.
4_ Vá, eu vigio o açúcar. Parece estar pronto. Repara como se vê uma pequena porção na colher. deita-se num pires cheio de água bem fria. Com os dedos, junta-se. Vês? Repara bem, faz um rebuçado. Levanto-o nos dedos e deixo-o cair no prato. Faz um som forte, quase metálico, não é? Está mesmo pronto. Em ponto de rebuçado.
Cristina_ Em ponto de rebuçado... Que engraçado!
Helga_ Deixa-te de galhofas que ainda não é hora de descansar.
Continua a bater as claras, sem parar. Quanto mais consistentes melhor.
5_ Agora deita-as todas de repente. Envolve-se tudo muito bem, com uma forte pressão da colher no fundo do tacho, não vá agarrar-se o açúcar e formar cristais que se não derretam.
Muito bem. E agora que não há açúcar agarrado bate-se muito bem, com força, até se transformar numa massa rija e brilhante, espelhada como vidro, ou melhor, porcelana.
Pronto. Com a colher vais deitando em cada pratinho uma porção, não muita, mas que fique bem redonda. OK. Assim está bem. Agora vamos aproveitar as gemas.
6_ Pesa lá 250 gramas de açúcar e com uma pinga de água põe ao lume até tomar ponto bem alto.
7_ Entretanto, junta 3 ovos completos às gemas e bata bem, mas não demasiado, até estar tudo bem envolvido e desfeito. O açúcar está bom assim. Deita-lhe os ovos e mexe até ficarem bem ligados e a mistura tiver engrossado. Cuidado! A chama não pode estar muito forte, não vão eles pegar-se ao tacho, e aparecerem farrapitos escuros de péssimo aspeto. Nós precisamos que fiquem bem sólidos. Estão bem. Agora, deixa arrefecer.
Cristina_ E agora? Não imaginava que fosse tão divertido fazer um doce!
Helga_ Como vês, de tudo se pode tirar proveito. E é bom saber fazer alguns manjares simples e de grande efeito, para alguma ocasião especial! Para além dos comeres habituais. Nunca se sabe!
Como os ovos já estão frios, vamos completar a decoração dos pratinhos.
8_ Com duas colheres pequenas ajeitam-se os ovos, assim numa bola um pouco achatada do tamanho da gema de um ovo, e coloca-se esta no centro do doce de claras.
Cristina_ Ai! Daí vem o nome! Parece mesmo um ovo estrelado!
Helga_ Exatamente. Vamos comer um cada uma, e levas alguns para os teus pais, para lhes mostrares as novas habilidades.
Cristina_ É verdade. A tarde passou num instante. Foi diferente. E útil. E divertida! Vamos repetir a façanha e experimentar outras receitas?
Helga_ Não achas que foi fácil? Se a sobremesa fosse mais trabalhosa também te aborrecias. Aconselho-te é, das próximas vezes que a fizeres, a roubar um pouco na quantidade do açúcar, para ser apenas agradável e não fazer mal à saúde nem engordar.
Cristina_ Está de truz!!!
Helga_ Vamos lá então repetir os ingredientes e não te esqueças de os apontar:
_500 gramas de açúcar para as claras.
_+250 gramas de açúcar para as gemas.
_uma pouca de água, para o açúcar. qb
_7 ovos_separando as gemas das claras
_+3 ovos completos

Cristina_ Quando houver visitas lá em casa já posso fazer um brilharete!...
Helga_ Bom apetite, então!