quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Soneto-----------Maria do Ó Caeiro

Sinto-me triste, abandonada e só.
Minha alma vive como noite escura...
Ninguém de mim tem pena, nem tem dó.
Ninguém sabe de mim, ou me procura.

E quanto durará esta tortura?
Ninguém o sabe, nem eu sei também.
Que me feches os olhos com ternura,
Deus me conceda, ao menos, esse bem.

E vou esperando, sem perder a fé,
Que nesse dia te terei ao pé,
Com alegria, em vez de sofrimento.

Se vejo esse minuto enfim chegado!
...Só p'ra te ter ao pé, meu bem amado,
Rogo a Deus que abrevie esse momento.

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