quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

UTOPIA--------------------------------------2005

É a hora em que o silêncio
não esconde equívocos
e me enrosco fetal e confiante
num cobertor morno de ternura sonhada
Encosto-me na colina macia e firme
dum ombro sólido e confiável
que imaginei
É então que me acolho
nuns braços fortes
envolvida em segurança e exclusividade
protegida contra o mundo e a procela
abraçada intimamente
vencidas as barreiras desconfiadas
quebradas as grades
e logo os nós de angústia começam a desatar-se
e o vómito a desfazer-se
na garganta dorida
Não sentirei por dentro o grito a enovelar-me as entranhas
nem outro sobressalto
que o acordar aguardado
Poderei dar-me ao luxo
dum pranto solto e partilhado
e chamar-te enfim Amor
meu Amor inventado
nesta idade sem razão

Sem comentários: