quinta-feira, 4 de junho de 2009

MÃE----------------------1967(em plena guerra colonial)

Quisera dizer-te
Em palavras de encanto
O que sinto por ti.
Quisera ter voz
E cantar o carinho
Que te dedico, Mãe...
Mas, sabes, não tenho coragem
Para exprimir certas coisas!)
Não sentes o turbilhão
Em que o mundo se revolve?
As vagas de dor e angústia
Que fazem chorar outras mães?!...
E os meninos sem lar,
Sem uma face radiosa e terna
P'ra beijar
Como a tua, Mãe!?...
Não posso dizer-te
Que te quero muito,
Que em meu peito vive
Uma enorme gratidão
Porque a guerra (a Guerra, Mãe!)
Faz murchar
As flores da Inocência,
Calar as vozes da Consciência,
E nascer dentro de nós
Mensagens mais vivas e prementes
Do que essa que queria confiar-te, Mãe,
(Até porque já a sabes...)
Mãe,
Evoca comigo as 1000000 crianças tristes
Sem abrigo.
As mães que choram os filhos
que fazem guerra pela Paz!

Mãe
(Estás a ouvir, Mãe?)
O beijo que queria dar-te
Morreu agora num soluço
de cansaço e frustração.
Amo-te, Mãe!
Mas, por favor, com guerra, Não!

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