quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

de Rosa Lobato Faria

8.
Foi na pele de um poema a tiritar de frio
que encontrei de perfil teu corpo de navio


Tinha para aquecer-te um luar de teatro
projectado a fingir na sombra do meu quarto


Tinha para banhar-te um rio de água doce
e toda a minha arte de amar como se fosse


Aquele que viajou à proa da vertigem
não quer luas de cal nem lampejos que fingem


Quem foi dono do mar não vai beber ao rio.
Ficaste no poema a tiritar de frio.

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