quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Rosa Lobato Faria

Deixem-me transcrever os seus versos, que não me canso...


19. De novo os passos, mansos, nas escadas.
De novo as chaves a cantar na porta.
Tulipas de silêncio amedrontadas
aguardam o sorriso que conforta.
De novo as mãos onde despontam rios.
De novo os olhos onde oscila a lua.
E desato as amarras dos navios
e das palavras que me fazem tua.
Chegar é confessar que me desejas.
Calar é confirmar que não dispenso
o gesto em que, gaivota, me insinuo...
Se de leve no ombro tu me beijas
Pela seda da roupa te pertenço
pela sede da boca te possuo.

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