quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

ELEGIA ÀS MINHAS MÃOS---------OLGA KROG

Morri! Morri finalmente,
Meu Amor...
Sob a terra onde outrora
Nos sentámos jaz,
Sozinho e frio,
Meu corpo em flor...
Minhas mãos,
Mãos que amaram,
Que afagaram,
Que escreveram,
Minhas mãos
Já não são mãos.
São ossos descarnados,
Sem sentido.
São cadáveres.
São cavernas.
São abismos onde os vermes se esconderam.
Ah! Minhas mãos!
Já não são mãos
As minhas mãos que te escolheram.
Vem vê-las, meu Amor:
Têm carpo, metacarpo e têm dedos.
Têm medos e horror...
Têm frio!
São de terra as minhas mãos.
São a Morte, as minhas mãos...
Que só são mãos
Por guardarem
A ilusão do teu calor.

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