domingo, 25 de abril de 2010

O ABRIL DA LIBERDADE-------------Carlos Azevedo------------Lagos, 1974

Agora que te tenho mal sei andar
tão preso nasci de movimentos impostos
Sei que sou português e nada
que sobrevivi à tristeza da frustração desesperada
que me perdi na escuridão dos tempos
que ninguém deu por mim nem por nada
tal me foi como a tantos dada por condição
sobreviver
Continuo português valha a verdade
e agora
ébrio de tanta luz nem vejo a liberdade
libertar-me desta inocência inicial
Sinto-me feliz sim mas
uma felicidade de criança
inocente e pura sem desconfiança
só que não quero nesta meninice
nem pai nem mãe
nem nome nem baptismo nem festa de nascimento
nem brinquedos também
Quero trabalhar sim
a liberdade que me foi dada agora só
quero viver a liberdade
de ver a liberdade imposta
quero ter na igualdade
a tua mão como resposta

E se entre tantas coisas essa sim acontecer
então valeu a pena sim sobreviver
avante pois companheiro avante
que a luta vai ser constante

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