O mundo em volta a rugir sem parar
E a embriaguês em mim a fermentar
Se tu viesses Poesia podia gargalhar
Da angústia imensa que nem sei chorar
Vem! Eu já me estou a afundar
Ainda um braço no ar
A implorar
E a nau da vida a naufragar... a naufragar...
Vem! É terror isto que sinto
Medo do caos que pressinto
Receio de adivinhar
Aranha eu fora
Mentirosa, vil, traidora
(-Aranha sim, e não dor!)
E não me iria embora
Sem fazer a teia
Para me enredar
E comigo o destino
E comigo o amor
Que eu sinto me foge
E daí o temor...
Ah Poesia! Se tu viesses
Eu riria do que nem me faz chorar
Apenas calar, calar... parar...
Sacudias-me toda:
Raiva dor desespero amor...
E a violência havia de despertar
A fera que há em mim
E que é mulher
E quer
Gritar! Gritar! Gritar!
Sem comentários:
Enviar um comentário