terça-feira, 11 de novembro de 2008

VIAJANDO NO TEMPO

Quando a boca me sabe
a terra
e a língua a ranço
estremeço ante a pausa
malévola de qualquer patamar
desconhecido...
Busco harmonia
na viagem presa no casulo
temporal e sinistro
em que a dor danifica
e o medo destrói.
Perante esta postura
viciosa
outra mágoa exterior a mim
Atinge-me no mais fundo
da inutilidade do sofrimento.
Uma mão escondida
que se encrespa
e acaba no covo da minha mão vazia e só
num afecto consentido
que a aquece.
Num ímpeto de ternura inusitada
Atenta escuto a tristeza
que abre oblíqua
um sulco real de compaixão e ternura
no meu espírito
As emoções entrelaçam-se
e palavras empáticas
que consolam sem julgar são-me inspiradas
e ajudam alguém além de mim.
Prefiro partilhar o que me é dado
destecer assim o véu da sombra que em mim sobeja
Forçar sorrisos
e afastar o medo.
O coração sabe sempre
o caminho estreito da auto-cura
e é egoísmo saudável
patente ou subtil
a astúcia de se dar.

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