quarta-feira, 18 de março de 2009

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Se orar
Fosse estender um véu de lágrimas
Sobre a alma diminuída,
Arrependida, recolhida em humildade
Se rezar
Fosse esboçar um sorriso
Molhado de pranto
A qualquer ténue esperança de paz
Deixar incompleto
Um gesto de revolta mal desenhado
E transformá-lo num grito angustiado
Mas de ardente fé
Se fosse amar
Mas amar humildemente,
Ternamente, intensamente,
Sem qualquer heroicidade
Amar
Tão naturalmente como nascer
Tão dolorosamente como viver
Inevitável como morrer
A minha vida sem préstimo
Seria uma oração.

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