sábado, 28 de março de 2009

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Num relance inesperado
Vejo o teu olhar adensar-se
E demorar-se mais fundo
E terno
Em mim
Ou descubro o apelo do teu gesto
Mais seguro e exigente
Ou o som da tua voz
Mais rouco
Vibrando acordes sensuais
Dentro de mim


Ansiosa e em festa
O coração estremece
Numa antecipação feliz
É agora? É hoje? É já?
E os nervos retesam-se
Numa expectativa de explosão
Ou harmonia ou paz
Tão desejada
Qualquer coisa diferente
Do sabor a algo usado
Ferido enxovalhado
Ou até só cansado


É agora? É já? Enfim...
Apenas um frio de medo
Perpassa nos meus sentidos
Tolhe a emoção mais viva
E o pensamento disperso
Afasta e neutraliza
A realização esperada.


Os gestos repetidos
Têm a dor do inútil
E o pássaro da angústia
Adeja impotente
No meu peito
Ou_ pior ainda
_O vazio afunda-me
Num poço de amrgura
E frustração.

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