segunda-feira, 16 de março de 2009

REVOLTA-----------------------------1966

Num fio de névoa suspenso
Entre o cansaço de não ser
E a dor de não viver
Colho as ilusões que a vida me tirou
Procuro os sonhos puros
Que o mundo cruelmente arrebatou.
Só na irrealidade
Encontro as cinzas do que fui.
-Que fiz da minha sede de infinito?
Saciei-a nos charcos estagnados de conformismo cómodo.
-Onde está o meu asco?
O desdém que em vosso cinismo modulei?
Esconde-se cobarde em sorrisos servis...
- Confiança?... Em mim?
Se fracassei... Em vós?
Se me desiludis?!
Mas cedo chegará a hora.
Serei de novo EU.Terei firmeza rígida
Para lutar. Mãos vigorosas
Para derrubar as vossas portas cerradas...
E se me procurardes- e haveis de procurar
Ao cumprirdes o fado que vos cabe
- Encontrareis um coração
Seco de afectos, vazio de ideais.
Decerto um riso sarcástico
- Esgar amargurado talvez o noteis,
Mas isso que vos importa?
Se me procurardes
Encontrareis um decidido Não!
-Liberto de humildade, hipocrisia ou apatia
-Para vos rejeitar.

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