quinta-feira, 14 de maio de 2009

Empatia

São as palavras
De dor
Sofridas usadas
Brandidas com raiva ou espadas empunhadas
Por dentro do silêncio
Desordenando as emoções
Ou mesmo as de lamento desamparado
Que encontram eco na minha mágoa
De cristal estilhaçado
Que reflecte as dores do mundo


E contudo sei rir
Também às vezes
Visito a alegria
Franqueia-me os portais
Que adentro em ímpetos sôfregos
Deslizando entre a sombra e qualquer lampejo de claridade
Alongo os braços no balanço de clarões espelhados
No ruído rodo a cabeça e rio
E logo lanço devagar os olhos para as frestas sinistras
Buscando alguma escondida
Aflição
Com medo do escuro
Do medo do medo
De fora
Mas já não quero mais
Vou lavar-me no esmalte
Da manhã clara
Recamada pelo oiro dos sonhos
Perlada do suor
Da noite mal dormida
Embora
Mas tranquila.

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