segunda-feira, 4 de maio de 2009

Nos 650 anos da morte de Inês de Castro------2005

... Estavas linda Inês posta em sossego... colhendo jubilosa as flores da vida... sem outro cuidar que a sombra dos enganos..., sem outro frémito que, no silêncio marejado de espanto, o sussurro de um nome quase secreto, quase clandestino...
Caíste descuidada nas ciladas do amor, esse teu indizível amor banido, plasmado em dor... (Afinal não conheceste outra rima)...
Foi então que a lâmina severa, intolerante, abriu no teu colo de garça um canal finito a tresmalhar a vida que se escoava e antes crescia tranquila no tear dos dias...
Voltaste, Inês, e voltarás ainda..., mais uma..., outra vez... até que a vertigem da transgressão se transmute em claridade... E o par mais belo e trágico da História Lusa, volvido um só, imatéria platónica, torne em serenidade os românticos arroubos dos amantes, e as madrugadas do Mondego, ou de outro rio qualquer deixem de chorar no orvalho o Amor Maior, a Dádiva, o Delírio de Pedro e Inês...

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