quarta-feira, 6 de maio de 2009

Morte de uma Gaivota-------------------------Abril, 2009

Era uma gaivota branca.
Velozmente e de olhos fechados mergulhava no azul, ou apanhava a primeira oscilação de claridade, ondulando ao vento...
Com as minhas asas abertas à brisa de feição, planava feliz... Ou deixava-me cair a pique na movimentação das águas... Pelo peixe? Sim. Era o meu alimento... Mas do que eu gostava era das ondas... Da frescura, da sensação líquida e macia... Muitas vezes aventureira, mas leve, graciosa, emblema de liberdade.
Um dia vi, lá do cimo, um peixinho apetitoso à tona de água... Fui-me a ele. Despenhei-me de sopetão. Quando ia para amarar... ai que aflição! De repente, estava colada à água do mar. Chamei água àquela sopa nojenta, viscosa, preta e pegajosa? Crude, dizem eles... Uma armadilha mortal, mal cheirosa e repugnante. Esperneei, estrebuchei com falta de ar. Lutei para viver. Não consegui. Arranquei penas e pele. E morri.

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